Cantinho do Kakashi

Já chocalham abertamente
enquanto procuram a piada.
Esta triste pobre gente
que ri à gargalhada.

Senso crítico é tolice,
o comum rapidamente se espalha.
Pelas janelas da tagarelice,
pelas ruas da gargalha.

Reflectir é ir além,
opinar é arremedar.
Ninguém é sempre alguém
com quem se pode segredar.

Que opressão sufocante
desta lúgubre multidão!
Que dilema amargurante,
ignorância ou solidão?

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Pétalas leves flutuam no ar
Acompanhando as penas belas,
Eu vejo-as todas a passar,
Levam os meus sentimentos com elas.

Disperso-me por toda a natureza,
Sinto a essência de tudo em mim.
Gosto de roubar toda a pureza
E guardá-la no meu jardim.

Tenho um canteiro enorme de flores,
As mais bonitas de todo o univeso.
Têm os aromas mais aliciadores
Entre os quais eu me disperso.

O meu jardim pequeno e cuidado
Leva-me a sítios inimaginados,
A lado nenhum e a todo o lado
Nos meus sonhos fantasiados.

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(Palavras de um louco)

Quanto mais o tempo passava,
Mais desejava por loucura.
Só queria algo que me livrasse
Daquela vida tão obscura.

Fechei a sete chaves o quarto
Onde guardava a minha sanidade.
Não chegaram, ela fugiu.
Na verdade, nunca existiu.

Quando não estava louco
Tinha tempo para pensar
No quanto dói pensar
E no quanto dói não estar louco.

Era nessa transição
Que sentia a destruição
Do ser que habita dentro de mim.

Senti então que não devia sentir.
Ser louco não bastava
Se era o sentir que me estragava.

Desde que perdi a razão
Tive um objectivo a cumprir:
Perder também o coração
Que há muito deixou de sentir.

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(O meu jardim)

Roubam uma flor do meu jardim
E mais uma semente eu ponho.
Roubam mais uma parte de mim
Mas não roubam do meu sonho.

Quero fazer um canteiro bonito
Com uma fauna colorida.
Quero torná-lo infinito
Quero torná-lo a minha vida.

Não vou escondê-lo de ninguém
Quem quiser pode entrar
É de todos, mas, porém
Todos o podem estragar.

Eu sou um jardineiro insistente
Cuido sempre da minha plantação.
No entanto, por mais que tente,
Só vejo a sua perdição.

Estará este recanto destinado à solidão?
O jardim é o meu coração.

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Exaure-se o clima seral,
Desvanece-se o sono irresoluto.
Nasce a alegoria natural,
Impera o vero absoluto.

Calcinam fortemente a tez
Os fulgurantes raios solares.
Caem cedo pelas dez,
Penetrando a janela, os ares.

Animam a realidade,
Iluminam-na ao rubro.
Arrastam-se pela tarde
Enquanto eu me descubro.

Cai cedo a escuridão,
Marca mais um diurno fim.
Quando se apagará a solidão,
Quando virás para ao pé de mim?

um desenho que fiz quando ainda devia andar na 2ª ou 3ª classe:
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o meu primeiro desenho oficial, fiz para o concurso de novembro de 2009 mas, sinceramente, isto não é para mim:
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