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 Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame]

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MensagemAssunto: Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame]   Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame] Icon_minitimeSex Nov 12, 2010 10:58 pm

Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame]


A vencedora do Concurso de Escrita - Setembro 2010 foi a Shibiusa com 5 votos.

Classificação:
    1º - Shibiusa - 5
    2º - Ilegal-chan - 3
    3º - Annã - 2
    4º - Lady_Hinata - 1


Taças entregues!

Texto da Vencedora

Citação :
Ouço vozes a falarem comigo, que me interpelam com notas animadas. Os seus olhares procuram o meu apressadamente, revelando um certo interesse pela minha resposta. No entanto, já estou longe. A minha mente vagueia pelo nada, pelo vazio. Não, não estou deprimida nem triste. Bem pelo contrário. O êxtase de te voltar a ver é tão grande que não me concentro. Vagueio um pouco por aqui e por lá, sonho acordada como uma pequena menina. Eventualmente, as vozes afastam-se com um adeus e desejos de boa sorte para a candidatura ao ensino superior e boas férias.
Férias… O tão procurado momento pelas crianças que começam a escola. Durante muitos anos, também eu ansiava por estar livre daquela aborrecida rotina. Acabei por me habituar aos mesmos lugares, aos mesmos cheiros e vozes. Ao contacto humano, ao frio dos livros, dos lápis… O gosto pelo estudo surgiu bem mais tarde, quando descobri que o meu sonho era ajudar os outros e queria dar o meu melhor para o conseguir. Assuntos que tu bem conheces de tanto tos ter repetido.
Tu sorrias em compreensão, sentado na relva dos pequenos jardins da escola, e estendias-me a mão. Lembro-me do sol a brilhar nas tuas costas, do teu cabelo em desalinho, do teu sorriso rasgado. Partilhávamos o mesmo sonho. Partiste em busca dele no final desse ano lectivo. Quem diria que ele te levaria para longe de mim… Os resultados das colocações da universidade saíram quase no final das minhas férias de Verão. Medicina em Lisboa. Uma ínfima décima fez toda a diferença entre o Porto e Lisboa, duas cidades separadas por centenas de quilómetros. O meu coração quebrou-se no momento em que me contaste. O teu jeito desajeitado, a tua preocupação, o teu desespero ao veres as minhas lágrimas. Quem era eu para te dizer para não ires, para não me deixares? Não era capaz de destruir o teu sonho. Deixei-te ir, embalada pelas promessas de retorno que me fizeste.
Mandaste-me cartas, embrulhos. Partilhávamos palavras quase todas as noites pelo telemóvel. Vieste a casa durante as férias de Natal e Páscoa e fizeste-me ter esperança de podermos estar juntos apenas para descobrir que seria parcialmente mentira. O pouco tempo que estivemos juntos não foi suficiente para satisfazer o meu coração. Aceitei-o, contrariada. Tinhas que estudar e eu nem tanto. Os meus exames eram apenas no final do ano. Acabei por concluir que não era possível estarmos juntos naquelas condições sem que ficasse a sofrer sempre que me lembrava de ti e pedi-te um tempo. Voltarias para Lisboa no dia seguinte, pois as tuas férias haviam acabado. A tua voz falhou quando tentaste responder e não conseguiste enfrentar-me. Procurei os teus olhos, normalmente verdes como as folhas do salgueiro ao teu lado, e encontrei-os cinzentos. As tuas mãos tremiam e tentaste esconder isso de mim. Custou-me tanto ter que me afastar depois de ter visto aquele teu momento de fraqueza, mas era o melhor para ambos. Eu estava a prender-te ao passado, tu estavas longe e a fazer-me sofrer.
Dediquei-me intensivamente aos estudos de modo a conseguir entrar em medicina no Porto. Se tu não conseguiras e sempre foste tão inteligente, que hipótese teria eu? Amigas minhas diziam que era a minha maneira de me tentar defender e esquecer o que nos tinha acontecido. Talvez tenha sido verdade. Durante meses a fio, não soube nada de ti, nem desconfiei por momentos que tinhas pedido ao Afonso para manter um olho em mim e te contar o que se passava comigo. Era um dos nossos amigos em comum e que estava a estudar no Porto, longe de ti. Não sabia que ainda mantinham contacto apesar de tudo. Foi ele mesmo que me falou desse pedido. Algo esperançoso, pediu-me também para falar contigo, que havia algo que não estava bem. O meu orgulho não me deixou fazer isso, embora estivesse preocupada.
Faltava-me fazer um último exame quando recebi uma mensagem tua. Fiquei na dúvida se a devia abrir ou não, se estava disposta a correr o risco de abrir uma ferida ainda recente. Os sentimentos falaram mais alto e li. Falavas em estar mal, com vontade de desistir de tudo, que não sabias a quem recorrer a não ser eu. Deixei que desabafasses comigo. Dar-te-ia o meu ombro se pudesse, mas a distância não nos permitia tal. A pressão dos exames começava a ter os seus efeitos em ti e tinhas saudades da cidade onde tinhas nascido e onde se encontravam todas as pessoas que eram importantes para ti. Dizias sentir-te a cair num abismo escuro e solitário, que precisavas de ajuda antes que fosse tarde demais. Ajudei-te como podia e sofri as consequências dessa decisão: voltei a apaixonar-me uma e outra vez pela pessoa que conheci naquela noite de há dois anos atrás, no aniversário de alguém que ambos conhecíamos. Nunca cheguei a saber se tinhas conseguido esquecer-me ou se tinha acontecido o mesmo contigo, mas não importa. Tudo o que importa é que o sentimento é mútuo.
Dei por mim a olhar o céu todas as noites durante aquelas férias de Verão e a perguntar-me se vias o mesmo que eu. Sob aquele imenso céu, encontravam-se duas pessoas separadas pela distância e unidas pelo coração. O céu escuro como breu, decorado com estrelas brancas, um contraste como tu e eu, cruzado apenas pelas linhas dos aviões, tão grandes e tão pequenos ao mesmo tempo. Fechei os olhos e fingi que eles eram estrelas cadentes para lhes pedir o desejo que os nossos corações exaltavam. Dois mundos diferentes que apenas pediam um pelo outro.
O sol foi a minha companhia e testemunha nos dias seguintes. A minha candidatura, os meus sonhos. Estava tudo em jogo naquele Verão. Se apenas os resultados fossem tão brilhantes quanto aquela estrela que nos observa lá do alto…
Os dias passavam e Agosto chegava a um término, abrindo caminho para Setembro. Foi nesse mês que voltaste de Lisboa. O teu sorriso, rasgado e infantil, que sempre me fez rir. O teu cabelo castanho com aquele jeito que só tu consegues dar, os teus olhos verdes como folhas no pico da Primavera. Os braços que abrias para mim como se eu nunca tivesse partido deles. As tuas mãos, longas e esguias, cujo toque me queimava a pele e me fazia sentir aquele arrepio na barriga, qual antítese. Aquele ar de quem guarda o maior tesouro do mundo. Não tardaste muito para me contar que tinhas pedido transferência para o Porto, confiante de que eu ficaria lá. Ainda me pergunto como soubeste que não iria seguir-te até à capital. Não te tinha contado quais eram as cidades que tinha escolhido. Nem a ti, nem a qualquer outra pessoa para além dos meus pais. Mas profetizaste e assim aconteceu. Talvez o teu coração tenha visto para além do presente, talvez o meu te tenha falado e contado os meus desejos mais íntimos. Quiçá aquela improvisada estrela cadente realizara o desejo que pedira naquela noite de Verão: juntos a perseguir o mesmo sonho na cidade banhada pelo Douro. Uma pergunta para a qual nunca teremos resposta.

Textos dos restantes participantes estão em spoiler!

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