OmniSlash Moderador
Número de Mensagens : 8634 Idade : 30 Localização : Lisboa, Portugal Data de inscrição : 26/03/2009
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| Assunto: Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame] Sex Nov 12, 2010 10:58 pm | |
| Concurso de Escrita - Setembro 2010 [Hall of Fame] A vencedora do Concurso de Escrita - Setembro 2010 foi a Shibiusa com 5 votos. Classificação:1º - Shibiusa - 5 2º - Ilegal-chan - 3 3º - Annã - 2 4º - Lady_Hinata - 1 Taças entregues! Texto da Vencedora - Citação :
- Ouço vozes a falarem comigo, que me interpelam com notas animadas. Os seus olhares procuram o meu apressadamente, revelando um certo interesse pela minha resposta. No entanto, já estou longe. A minha mente vagueia pelo nada, pelo vazio. Não, não estou deprimida nem triste. Bem pelo contrário. O êxtase de te voltar a ver é tão grande que não me concentro. Vagueio um pouco por aqui e por lá, sonho acordada como uma pequena menina. Eventualmente, as vozes afastam-se com um adeus e desejos de boa sorte para a candidatura ao ensino superior e boas férias.
Férias… O tão procurado momento pelas crianças que começam a escola. Durante muitos anos, também eu ansiava por estar livre daquela aborrecida rotina. Acabei por me habituar aos mesmos lugares, aos mesmos cheiros e vozes. Ao contacto humano, ao frio dos livros, dos lápis… O gosto pelo estudo surgiu bem mais tarde, quando descobri que o meu sonho era ajudar os outros e queria dar o meu melhor para o conseguir. Assuntos que tu bem conheces de tanto tos ter repetido. Tu sorrias em compreensão, sentado na relva dos pequenos jardins da escola, e estendias-me a mão. Lembro-me do sol a brilhar nas tuas costas, do teu cabelo em desalinho, do teu sorriso rasgado. Partilhávamos o mesmo sonho. Partiste em busca dele no final desse ano lectivo. Quem diria que ele te levaria para longe de mim… Os resultados das colocações da universidade saíram quase no final das minhas férias de Verão. Medicina em Lisboa. Uma ínfima décima fez toda a diferença entre o Porto e Lisboa, duas cidades separadas por centenas de quilómetros. O meu coração quebrou-se no momento em que me contaste. O teu jeito desajeitado, a tua preocupação, o teu desespero ao veres as minhas lágrimas. Quem era eu para te dizer para não ires, para não me deixares? Não era capaz de destruir o teu sonho. Deixei-te ir, embalada pelas promessas de retorno que me fizeste. Mandaste-me cartas, embrulhos. Partilhávamos palavras quase todas as noites pelo telemóvel. Vieste a casa durante as férias de Natal e Páscoa e fizeste-me ter esperança de podermos estar juntos apenas para descobrir que seria parcialmente mentira. O pouco tempo que estivemos juntos não foi suficiente para satisfazer o meu coração. Aceitei-o, contrariada. Tinhas que estudar e eu nem tanto. Os meus exames eram apenas no final do ano. Acabei por concluir que não era possível estarmos juntos naquelas condições sem que ficasse a sofrer sempre que me lembrava de ti e pedi-te um tempo. Voltarias para Lisboa no dia seguinte, pois as tuas férias haviam acabado. A tua voz falhou quando tentaste responder e não conseguiste enfrentar-me. Procurei os teus olhos, normalmente verdes como as folhas do salgueiro ao teu lado, e encontrei-os cinzentos. As tuas mãos tremiam e tentaste esconder isso de mim. Custou-me tanto ter que me afastar depois de ter visto aquele teu momento de fraqueza, mas era o melhor para ambos. Eu estava a prender-te ao passado, tu estavas longe e a fazer-me sofrer. Dediquei-me intensivamente aos estudos de modo a conseguir entrar em medicina no Porto. Se tu não conseguiras e sempre foste tão inteligente, que hipótese teria eu? Amigas minhas diziam que era a minha maneira de me tentar defender e esquecer o que nos tinha acontecido. Talvez tenha sido verdade. Durante meses a fio, não soube nada de ti, nem desconfiei por momentos que tinhas pedido ao Afonso para manter um olho em mim e te contar o que se passava comigo. Era um dos nossos amigos em comum e que estava a estudar no Porto, longe de ti. Não sabia que ainda mantinham contacto apesar de tudo. Foi ele mesmo que me falou desse pedido. Algo esperançoso, pediu-me também para falar contigo, que havia algo que não estava bem. O meu orgulho não me deixou fazer isso, embora estivesse preocupada. Faltava-me fazer um último exame quando recebi uma mensagem tua. Fiquei na dúvida se a devia abrir ou não, se estava disposta a correr o risco de abrir uma ferida ainda recente. Os sentimentos falaram mais alto e li. Falavas em estar mal, com vontade de desistir de tudo, que não sabias a quem recorrer a não ser eu. Deixei que desabafasses comigo. Dar-te-ia o meu ombro se pudesse, mas a distância não nos permitia tal. A pressão dos exames começava a ter os seus efeitos em ti e tinhas saudades da cidade onde tinhas nascido e onde se encontravam todas as pessoas que eram importantes para ti. Dizias sentir-te a cair num abismo escuro e solitário, que precisavas de ajuda antes que fosse tarde demais. Ajudei-te como podia e sofri as consequências dessa decisão: voltei a apaixonar-me uma e outra vez pela pessoa que conheci naquela noite de há dois anos atrás, no aniversário de alguém que ambos conhecíamos. Nunca cheguei a saber se tinhas conseguido esquecer-me ou se tinha acontecido o mesmo contigo, mas não importa. Tudo o que importa é que o sentimento é mútuo. Dei por mim a olhar o céu todas as noites durante aquelas férias de Verão e a perguntar-me se vias o mesmo que eu. Sob aquele imenso céu, encontravam-se duas pessoas separadas pela distância e unidas pelo coração. O céu escuro como breu, decorado com estrelas brancas, um contraste como tu e eu, cruzado apenas pelas linhas dos aviões, tão grandes e tão pequenos ao mesmo tempo. Fechei os olhos e fingi que eles eram estrelas cadentes para lhes pedir o desejo que os nossos corações exaltavam. Dois mundos diferentes que apenas pediam um pelo outro. O sol foi a minha companhia e testemunha nos dias seguintes. A minha candidatura, os meus sonhos. Estava tudo em jogo naquele Verão. Se apenas os resultados fossem tão brilhantes quanto aquela estrela que nos observa lá do alto… Os dias passavam e Agosto chegava a um término, abrindo caminho para Setembro. Foi nesse mês que voltaste de Lisboa. O teu sorriso, rasgado e infantil, que sempre me fez rir. O teu cabelo castanho com aquele jeito que só tu consegues dar, os teus olhos verdes como folhas no pico da Primavera. Os braços que abrias para mim como se eu nunca tivesse partido deles. As tuas mãos, longas e esguias, cujo toque me queimava a pele e me fazia sentir aquele arrepio na barriga, qual antítese. Aquele ar de quem guarda o maior tesouro do mundo. Não tardaste muito para me contar que tinhas pedido transferência para o Porto, confiante de que eu ficaria lá. Ainda me pergunto como soubeste que não iria seguir-te até à capital. Não te tinha contado quais eram as cidades que tinha escolhido. Nem a ti, nem a qualquer outra pessoa para além dos meus pais. Mas profetizaste e assim aconteceu. Talvez o teu coração tenha visto para além do presente, talvez o meu te tenha falado e contado os meus desejos mais íntimos. Quiçá aquela improvisada estrela cadente realizara o desejo que pedira naquela noite de Verão: juntos a perseguir o mesmo sonho na cidade banhada pelo Douro. Uma pergunta para a qual nunca teremos resposta. Textos dos restantes participantes estão em spoiler! - Spoiler:
- Ilegal-chan - Citação :
- /A – O Leo é uma personagem minha. Sim, não pertence a ninguém além de mim. É meu e meu só. Não tenho de fazer o disclaimer nem nada do género, tomem lá! *modo vilã idiota on* Muahahahhaaha! *modo vilã idiota off*. Ilda é como ele me chama. Autora preguiçosa, entre outros insultos, é como todos os meus personagens me tratam. Agora passando à história em si…
Martelo de mão: Movimento quando se bate a mão em forma de punho na palma da outra, como se tivesse descoberto algo. Não sei a designação correcta, portanto chamei-a assim. Chorar em plaquinha: Basicamente, isto -> T_T
“Waaaaaaaaahhhh~…Que seca, não se faz nada!” Alguém debruçado sobre a secretária a mordiscar uma lapiseira preta murmura “E não me vem nada à mente para desenhar…” Uma outra figura aproxima-se “E que tal escreveres para o concurso, Ilda?” “Hun?” Os olhares de ambas as figuras cruzam-se “Leo?! O que é que estás aqui a fazer?!” Leo coça a bochecha “Não sei. Sou fruto da tua imaginação, não te esqueças.” “Ahh…Está bem.” A autora – a mastigadora de lapiseiras – volta a debruçar-se sobre a secretária. “Então porque não te vais embora? Não estás aqui a fazer nada…” “Não posso fazer isso. Tenho de ficar aqui e certificar-me que escreves. Sim, porque já se conhece esta autora preguiçosa.” “Oh vá lá Leo…Não sei sobre o que hei-de escrever…e pensar dá trabalho.” Leo faz um facepalm perante a preguiça sobrenatural da autora. Se respirar não fosse essencial para ela viver, então ela nem respirava, por dar trabalho. “O tema é férias, não é muito difícil! Não sabes o que fizeste nas férias?!” “Oh, nas férias não fiz a ponta d’um – piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiip–…Hã? Mas que…” “Oh Ilda…Que raio de staff és tu…Está nas regras, ‘Os textos não podem conter asneiras, conteúdos ofensivos ou inapropriados para menores de idade.’; Tens obrigação de saber disso…Digo eu, mas contigo parece que funciona tudo ao contrário…” “Chiça Leo..”A autora mete a mão na bochecha e faz boca de peixe. “Tens de estar sempre a bater no ceguinho…AH-! Desde quando é que isto é a história para o concurso de escrita?!” “Desde que tu assim o quiseste, suponho…tu é que és a autora disto.” Leo cruza os braços “Portanto faz alguma coisa da vida e desenvolve isto, sim?” “Ta, ta, ta…”A autora começa a abanar a mão como se estivesse a enxotar insectos irritantes que picam ou fazem zum zum “Mas começo por onde…” “Pelo inicio era uma boa ideia.” Leo comentou A autora faz o martelo de mão. “Oh, vou começar pelo fim!” Leo faz outro facepalm. Pelo decorrer da história, no final está com a testa inchada de tantos facepalms de idiotice “Ó Ilda, tu tens sempre de ser do contra, não tens…?” “A culpa é tua, tu é que te metes a constatar o óbvio!” “Bem, duh! Sou uma personagem que tu própria criaste, não posso ser mais…” Leo pára de falar para encontrar uma palavra adequada ao…aos múltiplos-defeitos-da-autora-que-são-demasiados-para-mencionar. “Bem, basta dizer que sou fruto da tua imaginação que está tudo explicado.” “Mas tu hoje tiraste o dia para me chatear?!” A autora fica com cara de amuada. Leo coça a cabeça e suspira “Que eu saiba só estou aqui porque tu assim o queres…E vamos lá a despachar isto que eu tenho mais que fazer.” “Então…As minhas férias…”A autora recosta-se na cadeira “Meh, isto é tão aborrecido…Porque é que…-YIKES!” Num minuto a autora está recostada na cadeira descansadinha da vida, e no minuto seguinte está com a lâmina da espada de Leo encostada ameaçadoramente contra o pescoço. “Hã…L-L-Leo…? Sa-Sabes que isso-so corta…e magoa…” “Oh, eu sei…” Leo sorri de forma maliciosa – algo muito incaracterístico. “Mas tu és algum demónio?!” A autora chora em forma de plaquinha. “Pensa em mim dessa forma se quiseres. Tu é que me obrigas a isto. Se trabalhasses este tipo de situações não acontecia. Fazemos o seguinte: Ou tu acabas o raio desta história para eu ir à minha vida, ou eu prometo que é desta que degolo alguém. Temos acordo?” A autora – visto que não tinha grande remédio – acena com a cabeça e Leo volta a guardar a espada – que não se sabe de onde veio, mas pormenores, pormenores… “Óptimo.” Leo sorri como de costume e senta-se na cama da autora. “Então conta-me lá essas férias.” “Bem…Não tive lá grandes férias porque até metade de Julho tive de estudar para os exames, portanto as minhas férias a sério só começaram nessa altura…Hã…Fui à praia, principalmente, maioritariamente aos sábados fui fazer bodyboard…Ah, e andei de banana!” Leo parecia confuso “Hã…” “Não, não é esse tipo de banana!” “Eu sei que não é esse tipo! Eu só queria saber o que era isso! Irra, autora pervertida!” A autora mete as mãos nas bochechas e cora um pouquinho. “Bem, já que metes dessa forma…” “Não era um elogio!!” Leo suspira “Vá, vá, segue em frente…Eu depois vou ao Google pesquisar…” “Buu….Mas continuando…Nunca tinha andado de banana, ao inicío até estava medo, mas aquilo era super divertido! Subir para cima da banana é que era mais complicado…Mas eu consegui, claro! Ah, nesse dia também fiz escalada e rappel. Foi super divertido! Menos as 3 horas de viagem…Ugh, odeio viagens longas…” Leo boceja “A tua vida é mesmo aborrecida…em 3 meses de férias só fizeste alguma coisa num dia?” “Claro que não, também tive algumas saídas e isso, mas eu gostei particularmente desse dia! Mas sem ser isso não fiz grande coisa…Maioritariamente passei as férias a fazer nada.” “Que não fizeste nada sei eu! Em vez de trabalhares passavas a vida a coçar certos-locais-que-não-posso-referir! E depois ainda te admiras que te mandemos trabalhar!” “Opah Leo…” A autora coça um dos locais-que-não-podem-ser-referidos “Está-me na natureza…não posso fazer nada acerca disso…” Leo suspira pela…bem, já se perdeu a conta de quantas vezes Leo suspirou ao longo da história. “Olha lá…a história já tem 3 páginas e estão à espera que a entregues…não é melhor acabares isto…?” “Bem, acho que é melhor…Vá Leo podes…” A autora olha para a cama mas Leo não está em lado nenhum para ser visto “Elecas…foi rápido enquanto ele se foi…” A autora suspira e pega no portátil. “Vamos lá enviar isto…senão alguém me mata…Vejamos…Naruto-Portugal…Concursos…Enviar MP…*Copy-paste*…Enviado. Pronto, já está!” A autora volta a recostar-se na cadeira e olha para o tecto “Meh…pudim.” - Lady_Hinata - Citação :
- Título: Tsuna e o nascimento do Hiiiii
Anime: Katekyo Hitman Reborn!
Sumário: Tsuna tinha apenas cinco anos quando foi ao campo pela primeira vez e nessa memorável viagem nasceu uma das características da sua personagem, o famoso guincho hiiiiii.
Disclaimer: Katekyo Hitman Reborn! obviamente não me pertence, se não para além de estar rica, garanto-vos que teria muito mais pares yaoi! =p _____________________________________________________________________________________________________________________________
Numa das poucas férias que Sawada Iemitsu (pai de Tsuna) teve, decidiu levar o filho e a mulher Nana a umas férias no campo. Parte dessa decisão deveu-se precisamente por o pequeno Tsuna ainda não conhecer o campo, sendo a principal razão a de ter a esperança que o ar campestre torna-se o filho mais forte.
E assim, numa solarenga manhã de Primavera, a família Sawada rumou ao campo no seu pequeno carro. Tsuna ia com a face colada à janela, primeiro atento ao atarefado trânsito citadino e depois, à medida que saíam da cidade e entravam no campo profundo, à paisagem rural, com vastos campos de culturas de arroz e gado a pastar. No fim de uma curva, surge uma pitoresca casa de campo e Tsuna excitado e com um enorme sorriso na face exclama: “Mamã, papá chegámos!”
Iemitsu e Nana olham para o filho ao mesmo tempo que esboçam um sorriso e Nana diz: “É verdade Tsu-kun, chegámos.”
Assim que o pai pára o carro e destranca as portas, Tsuna tira o cinto, abre a porta e salta para fora do carro. Os pais sorriem, espantados pelo seu introvertido filho estar a demonstrar tal comportamento. Tsuna corre o mais que pode com as suas pequenas pernas para junto do cristalino lago que se encontra mesmo à beira da casa e molha as mãos na água. Fica a olhar encantado para uma pata que nada com os patinhos pequeninos atrás. Nana, que entretanto tinha ido para ao pé do filho, ajoelha-se e abraça o filho por trás ao mesmo tempo que lhe explica calmamente: “Tsu-kun, sabes que a mãe pata trata muito bem das suas crias. Anda sempre com elas e tem sempre cuidado em não deixar nenhuma para trás.” Ao dizer isso, uma das crias que se tinha afastado da mãe para explorar um ramo, é rapidamente recolhida pela mãe, que volta atrás para a ir buscar.
Iemitsu observa a sua família com um ar de orgulho, enquanto descarrega as malas do carro. Nana, ao sentir-se observada, olha para o marido, sorri e levanta-se dizendo: “Deixa-me ajudar-te querido.”
“Também ajudo papá!”, diz Tsuna com uma convicção que até pai fica admirado e pensa: ‘Parece que o meu pequeno Tsuna está a começar a crescer...’
Instalam-se na casa e Nana dirige-se à cozinha para preparar o jantar, não sem antes dizer a Tsuna: “Porque é que não levas as tuas coisas para o teu quarto, Tsu-kun? Aproveita e explora a casa também.”
“Está bem Mamã.”
Tsuna pega no saco com as suas roupas e na mochila, que tem canetas, lápis, o caderno onde ele gosta de desenhar e o coelho de peluche que sempre o acompanha. Após pegar nas coisas, com um ar de concentração devido ao esforço que estava a fazer, olha para o pai. Iemitsu, percebendo o problema de Tsuna, diz-lhe: “O teu quarto é ao fundo do corredor.”
Tsuna esboça um pequeno sorriso de agradecimento ao pai e segue com o saco e a mochila para aquele que será o seu quarto nos próximos dias. A travessia do corredor até ao quarto faz-se em pequenos passos, devido ao peso do saco e à curiosidade de Tsuna, que absorve avidamente tudo o que vê à sua volta.
Chegado ao final do corredor, posa o saco no chão e abre timidamente a pesada porta de carvalho. A porta abre devagar, rangendo nas juntas devido à falta de uso. Da fresta da porta entra no corredor um fio de luz dourada, da cor do pôr-do-sol. O saco fica esquecido à entrada e Tsuna entra no quarto com uma expressão de êxtase estampada no rosto, de boca aberta e olhos arregalados, enquanto rodopia sobre si próprio. Ao rodopiar depara-se com uma imagem estranha pelo canto do olho e pára.
Em poucos segundos a sua expressão deixa de ser de contentamento para passar a ser uma de puro horror. Tudo isto porque se depara com um intruso no quarto. Intruso esse que não passava de um minúsculo e insignificante rato do campo, mas que na mente de Tsuna era um enorme perigo para a sua pequena pessoa. É de relembrar que Tsuna tem, desde que se lembra, um terror mortal ao chihuahua do seu vizinho, por isso é normal que considere um rato, ainda que pequeno, perigossísimo.
Rato e humano encaram-se, ambos de boca aberta. O primeiro ser a atrever-se a lançar um som é o pobre rato, quase lívido de medo por se deparar com uma criatura, a seu ver, gigantesca.
“Hiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!”, guincha o rato, pregado de pavor ao chão.
Tsuna, na típica idade de imitar tudo o que ouve, ainda para mais estando o seu cérebro congelado devido ao pânico, só se lembra de emitir um som: “Hiiiiiiiiiiiiiiiiiii!”
O rato fica ainda mais assustado, pois na sua mente primitiva ao ouvir o som pensa que se está a deparar com um rato gigante e, por isso, guincha ainda mais alto: “HIIIIIIIIIIIIIIIIII!”
Tsuna, cada vez mais assustado e sem saber o que fazer guincha ainda mais alto que o rato: “HIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!”
E continuam assim durante vários segundos, até que, perante o pânico imenso que os pequenos corpos estavam a ser sujeitos, caiem os dois para o lado inconscientes. Os pais de Tsuna aflitos com o barulho que o seu filho estava a fazer, entram no quarto de rompante, apenas para se depararem com uma cena caricata. Caídos no chão estava Tsuna e o pequeno rato. Iemitsu manda uma gargalhada, adivinhando o que se tinha passado. Nana pega no filho ao colo e deita-o na cama e Iemitsu pega cuidadosamente no pequeno rato e leva-o para a rua.
A partir desse dia não só Tsuna ficou a detestar o campo, como adoptou para si o guincho do rato. Por isso, é normal que quando está assustado ou admirado possamos ouvir da sua boca o já famoso, “Hiiiiiiiiiiiiiii”.
OWARI - Annã - Citação :
- Uma pequena casa, no meio do nada. Uma pequena casa, no meio do nada. Não queria ser repetiva, mas queria salientar esse ponto. Naquela casa, e naquele dia de verão, nada mais séria igual nada mais séria igual para a pequena Ariana.
Ariana tinha longos cabelos dourados, e olhos azuis. Uma boca grossa e um nariz longo e pontiagudo. Era jovem, tinha por volta dos quinze anos uma adolescente em plena puberdade e mudanças. Ariana era simplesmente a quinta filha de um casal residente em Mafamude, nunca tinha sido vista como a preferida pois todas as outras quatro, eram mais velhas, e não só pois as mais velhas tinham todas sido bem sucedidas na vida escolar e claro sucedendo e obtendo uma boa vida no mercado de trabalho. Ariana era diferente, más notas, calada e observadora. Diferente de todas as quatro. O sonho dela era tocar uma vez na lua, e lá ficar a morar com seres de outro mundo e que falavam Português e vestiam roupas contemporâneas. - Ariana. – Ouviu-se uma voz seca. Do fundo do corredor escuro. Ariana estava sentada no chão de uma sala rústica a ler um livro velho. – Ariana – Voltou-se a repetir aquela voz seca mas já mais próxima. Ariana fez uma pausa na sua leitura, franziu a sobrancelha, e esperou por mais. Daquele escuro uma corpo apareceu. Era alto, tinha uma longa barba porém era careca. Tinha uns óculos finos pousados na ponta do nariz e uns olhos cinzentos tal e qual como a sua barba. Suas vestes eram velhas e negras, os seus sapatos provavelmente dos anos 20. - Quem és tu ? – Sem medos, como sempre, Ariana com a sua voz delicada perguntou. Ainda no chão mas já sem o livro velho nas mãos. Ela vestia umas roupas coloridas, uma pequena saia rosa, uma camisola amarela e umas enormes meias verdes. Cores típicas de verão. Pois apesar de adolescente Ariana não se importava muito com as vestimentas e com os estilos, era apenas a Ariana. – Não respondes ? - Sou o que tu queres. – Respondeu o velho, que tinha tantas rugas que era quase impossível ver os seus pequenos olhos. Ariana ficou confusa, queria saber mais sobre aquele velho. Não fazia perguntas como é que ele entrou ali, como é que ele sabe o seu nome, não perguntou nada pois como já antes referi ela era diferente. - Não podes ser. – Respondeu asperamente voltando as costas ao velho, dando-lhe uma confiança como o já conhece-se a vários anos. Olhou pela a janela e lá fora estavam os pais. Filosofando com a irmã mais velha, sobre coisas inúteis. - Posso sim. Eu sou aquele que te pode dar um sim . – Ele,o velho, sabia o que Ariana queria. Mas ela não se acreditava. E o que ele poderia dar com um sim? Um sim? O que ira mudar o sim? Nada, nada. - Eu não quero um sim teu. Quero um sim dos meus país.- Ariana já tinha um tom de choro, e voltava-se novamente para o velho. Ele estava imóvel com os olhos fixados nos olhos de Ariana, ela com as duas mãos esfregava violentamente os olhos, tentando impedir lágrimas. – Pode ser estúpido,mas eu quero. - Ariana, um futuro eu quero mudar e o sim eles vão te ter de dar.- rimas. Era o que o velho agora exclamava, ao abanar os braços em várias direcções, Ariana não percebeu mas nada disse apenas observou. Ao acabar tais movimentos, o velho desapareceu, e os pais de Ariana rapidamente entraram em casa e abraçaram a filha, como nunca tinham abraçado. Ariana não percebeu o que ele tinha feito, mas sabia que o velho era o culpado. - Obrigado . – Disse Ariana nos braços dos pais, mas sempre com o pensamento no velho, o velho o da vida dela. Por favor, agora olha para o teu lado esquerdo e fecha os olhos, pensa no teu velho, o teu velho poderá ter quatro nomes pois existem quatro tipos de velhos. Existe um velho frio e poucos desejos trás mas muitas prendas oferece, é o Inverno. Existe um velho com um cheiro agradável, pode trazer alergias mas amor ele trás sempre, é o Primavera.. O terceiro velho é o velho quente um velho que a união da família quer e com a união o calor é o Verão . Por fim o mais triste o Outono, trás desabamentos e instabilidade mas trás o fundamental. O fundamental são as férias.
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